Viajando pelo mundo da publicidade. Este blog está sob a responsabilidade da Professora PDE 2012/2013 Sonia Maria Servelin Ortolan Dias, e faz parte do Projeto de Intervenção Pedagógica sob orientação da prof.ª Dra Beatriz Helena Dal Molin , no Colégio Estadual Humberto de Campos - EFMP. Santo Antonio do Sudoeste - PR
Seguidores
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
propagandas engraçadas
<iframe width="420" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/7aItr8mVZxg" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
O mito de Narciso

Narciso era um belo rapaz, filho do deus so rio Céfiso e da ninfa Liríope. Por acasião de seu nascimento, seus pais consultaram o oráculo Tirésias para saber qual seria o destino do menino. A resposta foi que ele teria uma longa vida, se nunca visse a própria face.
Muitas moças e ninfas apaixonaram-se por Narciso, quando ele chegou à idade adulta. Porém, o belo jovem não se interessava por nenhuma delas. A ninfa Eco, uma das mais apaixonadas, não se conformou com a indiferença de Narciso e afastou-se amargurada para um lugar deserto, onde definhou até que somente restaram dela os gemidos. As moças desprezadas pediram aos deuses para vingá-las.
Nêmesis apiedou-se delas e induziu Narciso, depois de uma caçada num dia muito quente, a debruçar-se numa fonte para beber água. Descuidando-se de tudo o mais, ele permaneceu imóvel na contemplação ininterrupta de sua face refletida e assim morreu. No próprio Hades ele tentava ver nas águas do Estige as feições pelas quais se apaixonara.
(Irene Machado. Literatura e redação. São Paulo: Scipione, 1994, p. 142-3. Resumo da autora a partir do Dicionário de mitologia grega e romana, de Mário da Gama Kury.)
terça-feira, 23 de outubro de 2012
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
O Mito da caverna (Jostein Gaarder)
Imagine um grupo de pessoas que habitam o interior de uma caverna subterrânea. Elas estão de costas para a entrada da caverna e acorrentadas no pescoço e nos pés, de sorte que tudo o que veem é a parede da caverna. Atrás delas ergue-se um muro alto e por trás desse muro passam figuras de formas humanas sustentando outras figuras que se elevam para além da borda do muro. Como há uma fogueira queimando atrás dessas figuras, elas projetam sombras bruxuleantes na parede da caverna. Assim, a única coisa que as pessoas da caverna podem ver é este “teatro de sombras”. E, como essas pessoas estão ali desde que nasceram, elas acham que as sombras que veem são a única coisa que existe.
Imagine agora que um desses habitantes da caverna consiga se libertar daquela prisão. Primeiramente ele se pergunta de onde vêm aquelas sombras projetadas na parede da caverna. Depois, consegue se libertar dos grilhões que o prendem. O que você acha que acontece quando ele se vira para as figuras que se elevam para além da borda do muro? Primeiro, a luz é tão intensa que ele não consegue enxergar nada. Depois, a precisão dos contornos das figuras, de que ele até então só vira as sombras, ofusca a sua visão. Se ele conseguir escalar o muro e passar pelo fogo para poder sair da caverna, terá mais dificuldade ainda para enxergar devido à abundância de luz. Mas, depois de esfregar os olhos, ele verá como tudo é bonito. Pela primeira vez verá cores e contornos precisos; verá animais e flores de verdade, de que as figuras na parede da caverna não passavam de imitações baratas. Suponhamos, então, que ele comece a se perguntar de onde vêm os animais e as flores.
Ele vê o sol brilhando no céu e entende que o sol dá vida às flores e aos animais da natureza, assim como também era graças ao fogo da caverna que ele podia ver as sombras refletidas na parede.
Agora, o feliz habitante das cavernas pode andar livremente pela natureza, desfrutando da liberdade que acaba de conquistar. Mas as outras pessoas que ainda continuam lá dentro da caverna não lhe saem da cabeça. E por isso ele decide voltar. Assim que chega lá, ele tenta explicar aos outros que as sombras na parede não passam de trêmulas imitações da realidade. Mas ninguém acredita nele. As pessoas apontam para a parede da caverna e dizem que aquilo que veem é tudo o que existe. Por fim, acabam matando-o.
(GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. Romance da história da filosofia. São Paulo, Cia das Letras, 1995. p.104-5).
Imagine um grupo de pessoas que habitam o interior de uma caverna subterrânea. Elas estão de costas para a entrada da caverna e acorrentadas no pescoço e nos pés, de sorte que tudo o que veem é a parede da caverna. Atrás delas ergue-se um muro alto e por trás desse muro passam figuras de formas humanas sustentando outras figuras que se elevam para além da borda do muro. Como há uma fogueira queimando atrás dessas figuras, elas projetam sombras bruxuleantes na parede da caverna. Assim, a única coisa que as pessoas da caverna podem ver é este “teatro de sombras”. E, como essas pessoas estão ali desde que nasceram, elas acham que as sombras que veem são a única coisa que existe.
Imagine agora que um desses habitantes da caverna consiga se libertar daquela prisão. Primeiramente ele se pergunta de onde vêm aquelas sombras projetadas na parede da caverna. Depois, consegue se libertar dos grilhões que o prendem. O que você acha que acontece quando ele se vira para as figuras que se elevam para além da borda do muro? Primeiro, a luz é tão intensa que ele não consegue enxergar nada. Depois, a precisão dos contornos das figuras, de que ele até então só vira as sombras, ofusca a sua visão. Se ele conseguir escalar o muro e passar pelo fogo para poder sair da caverna, terá mais dificuldade ainda para enxergar devido à abundância de luz. Mas, depois de esfregar os olhos, ele verá como tudo é bonito. Pela primeira vez verá cores e contornos precisos; verá animais e flores de verdade, de que as figuras na parede da caverna não passavam de imitações baratas. Suponhamos, então, que ele comece a se perguntar de onde vêm os animais e as flores.
Ele vê o sol brilhando no céu e entende que o sol dá vida às flores e aos animais da natureza, assim como também era graças ao fogo da caverna que ele podia ver as sombras refletidas na parede.
Agora, o feliz habitante das cavernas pode andar livremente pela natureza, desfrutando da liberdade que acaba de conquistar. Mas as outras pessoas que ainda continuam lá dentro da caverna não lhe saem da cabeça. E por isso ele decide voltar. Assim que chega lá, ele tenta explicar aos outros que as sombras na parede não passam de trêmulas imitações da realidade. Mas ninguém acredita nele. As pessoas apontam para a parede da caverna e dizem que aquilo que veem é tudo o que existe. Por fim, acabam matando-o.
(GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. Romance da história da filosofia. São Paulo, Cia das Letras, 1995. p.104-5).
Outra versão do mito
Mito da Caverna
Sócrates – Agora imagina a
maneira como segue o estado da nossa natureza relativamente à instrução e à
ignorância. Imagina homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, com
uma entrada aberta à luz; esses homens estão aí desde a infância, de pernas e
pescoços acorrentados, de modo que não podem mexer-se nem ver senão o que está
diante deles, pois as correntes os impedem de voltar a cabeça; a luz chega-lhes
de uma fogueira acesa numa colina que se ergue por detrás deles; entre o fogo e
os prisioneiros passa uma estrada ascendente. Imagina que ao longo dessa
estrada está construído um pequeno muro, semelhante às divisórias que os
apresentadores de títeres armam diante de si e por cima das quais exibem as
suas maravilhas.
Glauco – Estou vendo.
Sócrates – Imagina agora, ao
longo desse pequeno muro, homens que transportam objetos de toda espécie, que
os transpõem: estatuetas de homens e animais, de pedra, madeira e toda espécie
de matéria; naturalmente, entre esses transportadores, uns falam e outros
seguem em silêncio.
Glauco - Um quadro estranho e
estranhos prisioneiros.
Sócrates — Assemelham-se a nós.
E, para começar, achas que, numa tal condição, eles tenham alguma vez visto, de
si mesmos e de seus companheiros, mais do que as sombras projetadas pelo fogo
na parede da caverna que lhes fica defronte?
Glauco — Como, se são obrigados
a ficar de cabeça imóvel durante toda a vida?
Sócrates — E com as coisas que
desfilam? Não se passa o mesmo?
Glauco — Sem dúvida.
Sócrates — Portanto, se pudessem
se comunicar uns com os outros, não achas que tomariam por objetos reais as
sombras que veriam?
Glauco — É bem possível.
Sócrates — E se a parede do fundo
da prisão provocasse eco sempre que um dos transportadores falasse, não
julgariam ouvir a sombra que passasse diante deles?
Glauco — Sim, por Zeus!
Sócrates — Dessa forma, tais
homens não atribuirão realidade senão às sombras dos objetos fabricados?
Glauco — Assim terá de ser.
Sócrates — Considera agora o que
lhes acontecerá, naturalmente, se forem libertados das suas cadeias e curados
da sua ignorância. Que se liberte um desses prisioneiros, que seja ele obrigado
a endireitar-se imediatamente, a voltar o pescoço, a caminhar, a erguer os
olhos para a luz: ao fazer todos estes movimentos sofrerá, e o deslumbramento
impedi-lo-á de distinguir os objetos de que antes via as sombras. Que achas que
responderá se alguém lhe vier dizer que não viu até então senão fantasmas, mas
que agora, mais perto da realidade e voltado para objetos mais reais, vê com
mais justeza? Se, enfim, mostrando-lhe cada uma das coisas que passam, o
obrigar, à força de perguntas, a dizer o que é? Não achas que ficará embaraçado
e que as sombras que via outrora lhe parecerão mais verdadeiras do que os
objetos que lhe mostram agora?
Glauco - Muito mais
verdadeiras.
Sócrates - E se o forçarem a
fixar a luz, os seus olhos não ficarão magoados? Não desviará ele a vista para
voltar às coisas que pode fitar e não acreditará que estas são realmente mais
distintas do que as que se lhe mostram?
Glauco - Com toda a certeza.
Sócrates - E se o arrancarem à
força da sua caverna, o obrigarem a subir a encosta rude e escarpada e não o
largarem antes de o terem arrastado até a luz do Sol, não sofrerá vivamente e
não se queixará de tais violências? E, quando tiver chegado à luz, poderá, com
os olhos ofuscados pelo seu brilho, distinguir uma só das coisas que ora
denominamos verdadeiras?
Glauco - Não o conseguirá, pelo
menos de início.
Sócrates - Terá, creio eu,
necessidade de se habituar a ver os objetos da região superior. Começará por
distinguir mais facilmente as sombras; em seguida, as imagens dos homens e dos
outros objetos que se refletem nas águas; por último, os próprios objetos.
Depois disso, poderá, enfrentando a claridade dos astros e da Lua, contemplar
mais facilmente, durante a noite, os corpos celestes e o próprio céu do que,
durante o dia, o Sol e sua luz.
Glauco - Sem dúvida.
Sócrates - Por fim, suponho eu,
será o sol, e não as suas imagens refletidas nas águas ou em qualquer outra
coisa, mas o próprio Sol, no seu verdadeiro lugar, que poderá ver e contemplar
tal qual é.
Glauco - Necessariamente.
Sócrates - Depois disso, poderá
concluir, a respeito do Sol, que é ele que faz as estações e os anos, que
governa tudo no mundo visível e que, de certa maneira, é a causa de tudo o que
ele via com os seus companheiros, na caverna.
Glauco - É evidente que chegará
a essa conclusão.
Sócrates - Ora, lembrando-se de
sua primeira morada, da sabedoria que aí se professa e daqueles que foram seus
companheiros de cativeiro, não achas que se alegrará com a mudança e lamentará
os que lá ficaram?
Glauco - Sim, com certeza,
Sócrates.
Sócrates - E se então
distribuíssem honras e louvores, se tivessem recompensas para aquele que se
apercebesse, com o olhar mais vivo, da passagem das sombras, que melhor se
recordasse das que costumavam chegar em primeiro ou em último lugar, ou virem
juntas, e que por isso era o mais hábil em adivinhar a sua aparição, e que
provocasse a inveja daqueles que, entre os prisioneiros, são venerados e
poderosos? Ou então, como o herói de Homero, não preferirá mil vezes ser um
simples lavrador, e sofrer tudo no mundo, a voltar às antigas ilusões e viver
como vivia?
Glauco - Sou de tua opinião.
Preferirá sofrer tudo a ter de viver dessa maneira.
Sócrates - Imagina ainda que esse
homem volta à caverna e vai sentar-se no seu antigo lugar: Não ficará com os
olhos cegos pelas trevas ao se afastar bruscamente da luz do Sol?
Glauco - Por certo que sim.
Sócrates - E se tiver de entrar
de novo em competição com os prisioneiros que não se libertaram de suas
correntes, para julgar essas sombras, estando ainda sua vista confusa e antes
que seus olhos se tenham recomposto, pois habituar-se à escuridão exigirá um
tempo bastante longo, não fará que os outros se riam à sua custa e digam que,
tendo ido lá acima, voltou com a vista estragada, pelo que não vale a pena
tentar subir até lá? E se alguém tentar libertar e conduzir para o alto, esse
alguém não o mataria, se pudesse fazê-lo?
Glauco - Sem nenhuma dúvida.
Sócrates - Agora, meu caro
Glauco, é preciso aplicar, ponto por ponto, esta imagem ao que dissemos atrás e
comparar o mundo que nos cerca com a vida da prisão na caverna, e a luz do fogo
que a ilumina com a força do Sol. Quanto à subida à região superior e à contemplação
dos seus objetos, se a considerares como a ascensão da alma para a mansão
inteligível, não te enganarás quanto à minha ideia, visto que também tu desejas
conhecê-la. Só Deus sabe se ela é verdadeira. Quanto a mim, a minha opinião é
esta: no mundo inteligível, a idéia do bem é a última a ser apreendida, e com
dificuldade, mas não se pode apreendê-la sem concluir que ela é a causa de tudo
o que de reto e belo existe em todas as coisas; no mundo visível, ela engendrou
a luz; no mundo inteligível, é ela que é soberana e dispensa a verdade e a
inteligência; e é preciso vê-la para se comportar com sabedoria na vida
particular e na vida pública.
Glauco - Concordo com a tua
opinião, até onde posso compreendê-la.
(Platão. A República. Livro VII. São Paulo: Nova Cultural, 1999, p.225-28).
Assinar:
Postagens (Atom)